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GoT

Se você chegou até este texto motivado pelo título é provavelmente um aficionado da série de TV Game of Thrones, que chegou recentemente à sua oitava e última temporada. Bom, se você é um fã da série certamente dispensa esse introito chulé.

Mas se você até agora não sabia o que era GoT e continua sabendo muito pouco sobre a série, não se sinta sozinho, este pobre articulista que vos escreve também jamais assistiu, e preciso confessar que não é por desconhecimento. Dezenas de amigos já debulharam elogios sobre a série.

É certo que muita gente assistiu, mas não tantos quanto os que não assistiram.

Nunca assisti, e não por má vontade, é que dedico poucas horas por mês a qualquer coisa na TV, e quando acho que vou ver qualquer coisa à noite, o sono vence até mesmo a melhor das intenções. Quem trabalha, viaja e tem dois filhos pequenos em casa vai entender o que digo.

Mas o ponto deste artigo é outro. É que sou do tempo em que todo mundo assistia as mesmas coisas, nos mesmos dias e horários. Era uma época em que tínhamos quatro ou cinco canais de TV aberta e nada mais.

Todo mundo assistia ao mesmo telejornal, às mesmas séries e às mesmas novelas.

Com a chegadas das TVs por assinaturas, do império da internet e dos conteúdos on demand (em que você assiste no dia e hora em que bem entender), passamos não apenas a consumir programas em momentos diferentes, mas também em canais diferentes.

E isso é muito bom, porque agora não é mais o veículo que diz a que dia e horário você deve se sentar no sofá para consumir passivamente o que ela programou para você. Agora é você que escolhe quando, onde e como vai assistir a essa programação (exceção feita às transmissões esportivas ao vivo, ainda insuperáveis).

Qualquer um pode assistir no trem, no ônibus ou enquanto espera na fila do banco. Sim, porque agora a tela de TV cabe no bolso (desde que o plano de internet banda larga também caiba no bolso).

E o melhor de tudo é que você não está mais refém de quatro ou cinco canais, você tem um universo de opções, inclusive a opção de ver coisas do passado, que eu assistia na época em que todo mundo assistia às mesmas coisas.

Você não precisa mais ver a novela que todo mundo está vendo ou comentar o telejornal que todo mundo assistiu. Você pode ter sua própria tribo, assistir ao que realmente tem a ver com você e eventualmente até não assistir nada e ler um livro, o que é uma alternativa ainda melhor.

O risco é você se sentir um pouco alienígena quando alguém vier comentar sobre alguma série da Netflix ou sobre o último episódio de Game of Thrones.

Eu, por exemplo, devo dizer que estou considerando seriamente assistir a tal dessa série, agora que todo mundo já assistiu.

Como disse um amigo meu, o grande Edu Zugaib, começar a assistir GoT agora é como comprar um carro que a fábrica acabou de anunciar que vai parar de fabricar.

Então é isso. Vou comprar um Fusca zero bala e ninguém tem nada a ver com isso.

#fui

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